sexta-feira, 23 de abril de 2010

Inês de Medeiros e Paris

Inês de Medeiros concorre pelo circulo eleitoral de Lisboa e vive em Paris....e agora ainda lhe pagamos as viagens....

No jornal "I" vem uma reportagem, do dia 23 de Março de 2010, em que Inês de Medeiros afirma: "Eu é que não as pago" e depois numa carta(tomei a liberdade de a publicar no fim do texto) do dia 30 de Março de 2010 diz que tem sido atacada injustamente, que nunca se preocupou com o pagamento das viagens....o papel da coitadinha.

Pois eu penso, que Inês de Medeiros tem é falta de vergonha na cara. Como é que concorre pelo circulo eleitoral de Lisboa quando vive em França? Porque não concorrer pelo circulo de cidadão residentes na Europa?

A mim tudo isto faz-me muita confusão. Acredito que as pessoas que representam o nosso País devem ser bem pagas e ter bons benefícios, de forma a conseguirmos atrair as melhores pessoas para o Parlamento(apesar de, infelizmente, ultimamente não parecer ser o caso). Mas só falta agora todos os nossos deputados viverem fora do País e nós, com os nossos impostos, pagarmos as suas viagens para a China, Austrália, Maldivas, Mauricias, etc. Existirá melhor maneira de representar o seu circulo eleitoral e País? Proponho a todos os deputados: Vão viver para outro País! Se calhar até ficam a ganhar mais. Pois podem passar a pagar os impostos lá. No Dubai nem há impostos. Bom sitio para ir!

Inês de Medeiros encontra-se muito satisfeita com o pagamento das suas viagens. Acredita que foi feita justiça. Pois, eu. Acredito que a maioria dos portugueses sabe que não foi feita justiça e que o que se passa, é só mais uma, das muitas vergonhas que somos obrigados a passar nestes últimos tempos.

Para acabar com o pequeno e controlado desabafo:

Aqui podem encontrar  Estatuto Remuneratório e outros Direitos dos Deputados

E a carta da Sra Deputada Inês de Medeiros:


Exmo. Senhor Presidente da Assembleia da República
Dr. Jaime Gama
Como V. Exa. certamente não desconhece, desde há alguns meses que tenho sido publicamente atacada por razões que se prendem com o pagamento das viagens que efectuo quase semanalmente a Paris, cidade onde resido e onde se encontra a minha família. Estes ataques atingem a minha imagem e dignidade, assim como põem em causa a própria Assembleia da República.
Há muito tempo que espero pacientemente pela resolução desta muito desagradável situação. Infelizmente tal ainda não sucedeu e, na passada sexta-feira, tive conhecimento através da imprensa que tinha sido agora solicitado a emissão de um parecer jurídico sobre este assunto. O que, aparentemente, significa um novo adiamento da resolução. Permita-me, Sr. Presidente, que estranhe que tenham sido necessários mais de cinco meses para que se tenha chegado à conclusão que era necessário um apoio jurídico para resolver o caso omisso que pelos vistos represento. Não posso transigir com mais esta demora. Sinto-me obrigada a reagir.
Foi com muita honra que, no Verão passado, aceitei o convite dirigido pelo Partido Socialista para integrar as suas listas de deputados para a Assembleia da República. Não esperava este convite. Nada fiz para o induzir. Até hesitei em aceitar por estar consciente da responsabilidade que ele representava.
Tenho uma trajectória de vida ligada a área cultural e mais particularmente ao cinema. Nunca deixei, é certo, de intervir no espaço público, exprimindo com toda a clareza as minhas opções políticas, sempre que achei que o deveria fazer. Fi-lo sempre com o único propósito de contribuir para a afirmação dos princípios e valores que perfilho. Entendi aliás o convite que me foi feito como uma manifesta vontade de abertura da parte do Partido Socialista à sociedade civil.
Uma vez eleita tive como única preocupação dar o meu melhor contributo para o sucesso do projecto em que me insiro, procurando estar à altura desse gesto de abertura que enobrece o Partido Socialista.
Nunca me preocupei, nem antes, nem depois, em conhecer o estatuto remuneratório do cargo de deputada. Quando assumi funções, os serviços da Assembleia da República pediram-me informações sobre o meu local de residência e informaram-me que me seria dado um tratamento em conformidade com o Estatuto dos deputados. Nada pedi. Não solicitei qualquer tratamento de excepção, tendo mesmo assumido os custos das minhas deslocações até ao momento em que os serviços me contactaram dando instruções para deixar de o fazer. A partir desse momento segui estritamente essas mesmas orientações.
Foi, pois, com surpresa que verifiquei que, em torno desta questão, se tinha constituído um verdadeiro folhetim que atenta contra a minha imagem e em nada prestigia a Assembleia. Tornei-me o alvo dos mais insidiosos ataques, não tendo qualquer possibilidade de me defender dado que em nada a resolução deste caso depende de mim.
Consciente que, mais do que eu, é a instituição que é visada, só posso dirigir-me a V. Exa. Sr. Presidente, o seu mais alto representante, no sentido de solicitar o imediato esclarecimento e resolução desta situação que se arrasta há já demasiado tempo.
Certa que será sensível à injustiça de um deputado, independentemente da bancada a que pertence, estar a ser sujeito a permanentes enxovalhos e infundadas suspeições, aguardo de V. Exa. a melhor atenção ao exposto.
Com os melhores cumprimentos
Inês de Medeiros

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